sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Lendas de São Luís

Milagre de Guaxenduba
Conta-se que no principal combate entre portugueses e franceses, no dia 19 de abril de 1614, no forte de Santa Maria de Guaxenduba, quando os portugueses estavam por ser derrotados por sua inferioridade de homens, armas e munições, surgiu entre eles uma formosa mulher envolta em auréola resplandecente.

Ao contato de suas mãos milagrosas, a areia era transformada em pólvora e os seixos em projeteis, fazendo com que os portugueses se revigorassem moralmente e derrotassem os franceses. Em memória deste feito, foi a virgem considerada a padroeira de cidade, sob a invocação de Nossa Senhora da Vitória.

O Palácio das Lágrimas
No prédio que hoje é sede da Faculdade de Odontologia, há muitos anos, morava um homem de grandes posses e sem número de escravos.

Um deles apaixonou-se loucamente por uma também escrava, muito linda, que lhe recusou o amor. Inconformado, encheu-se de ciúmes o amante preterido e planejou vingar-se, pondo veneno na comida dos dois filhos do patrão e escondendo os restos da peçonha nos guardados da escrava.

Debalde protestou inocência a pobre acusada e foi como era costume, condenada à foca. Desesperada, em pranto copioso, pedia a mulher à compaixão do céu e praguejava de que as suas lágrimas, vertidas nos degraus da escadaria, quando era arrastada para a morte, nunca haveriam de secar até que se encontrasse o culpado verdadeiro. Assim se viu: por mais que se tentasse enxugar a escada, sempre os degraus se mantinham molhados e mesmos de lhe pondo novas lajes também elas nunca estavam enxutas. Por fim, o criminoso confessou o crime, mas o sobrado permaneceu mal assombrado, perdendo o juízo o último dono, até que o prédio foi, afinal, demolido.
Serpente encantada
Conta-se que uma serpente encantada, que cresce sem parar, um dia destruirá a ilha, quando a cauda encontrar a cabeça. O animal gigantesco habitaria as galerias subterrâneas que percorrem o Centro Histórico de São Luís e, embora seu corpo descomunal esteja em vários pontos da cidade (a barriga na Igreja do Carmo, a cauda na Igreja de São Pantaleão), o endereço mais certo do bicho é a secular Fonte do Ribeirão. Há quem garanta ser possível observar, através das grades que isolam as entradas do monumento, os terríveis olhos do animal.
Praia do Olho d’água
Conta-se que inicialmente houve ali uma aldeia indígena cujo chefe era Itaporama. Sua filha apaixonou-se por um jovem da tribo, mas este, por ser muito bonito, provocou paixão de mãe d'água que, através de seus poderes, conquistou-o e levou-o para seu palácio encantado nas profundezas do mar. Perdendo para sempre seu grande amor, a filha de Itaporama caiu em grande desolação, deixando de se alimentar e indo para a beira do mar chorando até morrer. De suas lágrimas surgiram duas nascentes que até hoje correm para o mar e que deram origem à denominação da praia.

Fonte: Lendas
                                                         Milla Santana


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